terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Mundo S/A

Prato com assinatura de Michel Troisgos

Já fui aconselhado mais de uma vez para não abrir um restaurante. Depois que sai do Koh Pee Pee, a pergunta que mais ouvi foi: "quando tu vais abrir o teu?". As pessoas seguem pensando que só porque o chef é bom o lugar será um sucesso e dará lucro. Se estivessemos na Europa ou em qualquer país de primeiro mundo, a história seria diferente.

Começamos pela parte que mais pega para o empresário, impostos. É abusivo o que se paga de impostos nesse país. Isso sem falar na questão trabalhista, outro pesadelo. Um colaborador custa o dobro do que está na carteira de trabalho. Se eu fosse enumerar todos os pontos negativos, a lista seria grande.

Por outro lado, quando a cozinha funciona bem e a gestão é eficiente no adminstrativo e financeiro, o resultado final é sucesso e dinheiro no bolso. Há diversas casas em Porto Alegre e no Brasil faturando alto e servindo comida de qualidade. Restaurante tem que ser encarado como qualquer outro negócio. Por isso, aventureiros e apaixonados em demasia, não conseguem dar continuidade ao sonho de ter seu pequeno bistrot, como ouço muito por aí.

O carioca Claude

Pequeno bistrot dá certo em Paris. Acabo de ver um programa na Globo News, o Mundo S/A, que falava sobre os negócios da família Troisgos. Pierre, o patriarca que conseguiu e manteve durante anos as três cobiçadas estrelas do guia Michelin, está aposentado e passou o bastão ao filho Michel. Michel tem três restaurantes, cada um numa faixa de preço. No estrelado que comprou do pai, a refeição sai por 55o reais por pessoa. É neste que ele fatura 17 milhões de reais ao ano.

O filho "brasileiro" de Pierre, Claude Troisgos, é um ícone na nossa gastronomia. Ele, ao lado de Laurent Sandeau, trouxe a filosofia francesa de valorizar o que é da terra. Atualmente o chef tem três restaurantes no Rio de Janeiro, assim como o de Michel, cada um numa faixa diferente de preço. Adivinhem qual deles fatura mais. Quem disse o mais barato, acertou. Na brasserie ele serve cerca de 8.000 pesssoas por mês e no Olympe, de alta gastronomia, apenas 1.200.

O grande problema é que após ver toda a saga da família Troisgos, dá uma vontade danada de colocar um restaurante.

Tradição

2 comentários:

  1. comi um sanduba q tu criou na barbarella. excelente. se abrires um restaurante, serei tua cliente certo.

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  2. Oi Ana, na verdade eu criei uma salada, que é servida com pão orgânico. Espero que tenhas provado!

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