sexta-feira, 31 de julho de 2009

Spirito Santo

Groove your daddy babe!

O blog fala de gastronomia, mas existem outras áreas que se assemelham muito com o que eu faço. Quando li uma matéria sobre a Spirito Santo, uma frase me chamou atenção: "Alfaiataria com alma". Logo me identifiquei. Meu trabalho é assim, como se fosse de um alfaiate, que produz poucas peças sempre prezando a qualidade dos seus produtos.

Quando entrei na loja da Spirito na 24 de Outubro, vi que as coincidências estavam também na proposta do clássico aliado ao moderno e despojado, sempre dando atenção aos detalhes. A primeira impressão foi de que eu estava naquelas lojas de rua de Palermo Soho em Buenos Aires, com o pé direito altíssimo. O Luis e o Iuri te guiam e mostram a coleção de inverno. Os caras sabem tudo, são verdadeiros consultores de moda e estilo masculino.

Recebi hoje um flyer do dia dos Pais (estou quase nesta lista), que reproduzi neste post.

Vai lá:
Moinhos de Vento
Rua 24 de outubro, 513
Tel.: 51. 3026-6121

Shopping IGUATEMI
Av. João Wallig, 1800 - Lj 256
Tel.: 51. 3367.0011

quinta-feira, 30 de julho de 2009

Creme de couve-flor

Buquê de flores comestíveis


Com esse frio de rachar que está aqui em Porto Alegre, resolvi postar um creme de sabor inusitado. Quando ouvi pela primeira vez "creme de couve-flor", confesso que não soou muito agradável aos meus ouvidos. Mas o paladar mudou a minha opinião. Esse creme é uma verdadeira delícia e muito fácil de fazer.

Agora faz 6ºC e a tal da sensação térmica deve estar 0ºC, com certeza. O vento minuano castiga aqueles que estão na rua com um frio congelante. Chegar em casa e comer esse creme com um pão da Barbarella, melhora um pouco a situação e deixa esse inverno mais gostoso e aconchegante.


Creme de couve-flor

(Para 4 pessoas)

Ingredientes - Quantidades
Cebola picada - ½ unidade
Alho picado - 2 dentes
Couve-flor - 1 unidade grande, ou duas pequenas
Creme de leite ou nata - 200g
Sal e pimenta do reino - a gosto

Preparação:

-Numa panela grande refogar rapidamente a cebola e alho em óleo de girassol ou canola.
-Acrescentar a couve-flor, cortada em pedaços pequenos, e refogue mais um pouco.
-Colocar água ou caldo de legumes até cobrir por completo.
-Quando a couve-flor estiver cozida, bater no liquidificador com um pouco do líquido da cocção. Faça esse processo até formar um purê.
-Volte à panela e misture com o creme de leite até chegar na textura desejada.
-Tempere com sal e pimenta e sirva com fatias de baguete da Barbarella.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Chef na TV

Aula com o chef no Estilo Próprio

Para aqueles que não tiveram a oportunidade de ver este que vos fala, semana passada no programa Estilo Próprio da TVCOM, aqui vai mais uma chance. O vídeo esteve ontem no blog da apresentadora Fernanda Zaffari, na Zero Hora online. É só clicar no link abaixo e aprender três pratos rápidos e saborosos. Você encontra as receitas passo a passo do salmão e o fondue de Nutella aqui no blog do chef.

Vídeo do chef na TVCOM

terça-feira, 28 de julho de 2009

Banca

Pressão é o sobrenome de uma cozinha profissional

Na época que me formei no Senac não existia uma banca de avaliação, onde o grupo tem que apresentar um cardápio completo e escrito para os jurados. Foi uma pena, pois o sistema atual coloca uma leve pressão nos alunos. Digo leve porque a pressão de uma cozinha de gastronomia é grande, não tem comparação. Mas já dá um gostinho de como é cozinhar de "verdade".

Fui convidado para fazer parte da Banca de duas turmas que estão se formando nesse semestre. As duas são nesta quinta-feira, uma pela manhã a outra na tarde. Estou curioso pra saber o que esses aspirantes a cozinheiros estão aprontando. Trocar idéias com essa nova geração é sempre saudável. Se enganam aqueles que acham que os novatos não sabem nada pela falta de experiência. A vontade de aprender nos leva em busca de conhecimento através de várias fontes. Livros, internet e TV são alguns exemplos.

Não se atualizar na cozinha é o mesmo que ir se enterrando aos poucos.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Cheesecake de amoras

Esse blackberry também vicia

Conheci o cheesecake quando morei na Califórnia. Lá, essa torta de queijo é consumida em grande quantidade em todos os cafés da cidade, de norte a sul. Eles são especialistas nessa preparação. Foi em San Diego, onde trabalhava um grande amigo, que provei os melhores cheesecakes até então.

O Living Room Café tem uma localização privilegiada no bairro de La Jolla. É certamente o melhor café que já fui. Uma perdição. Todo cardápio era de dar água na boca. O cheesecake de chocolate era um dos meus preferidos. Outro que gosto muito é o de amoras, que está na receita logo abaixo.

Existem duas técnicas para fazer essa torta. Podemos assá-la no forno, mais utilizado pelos americanos, ou fazemos “a frio”, como fazem os franceses, adicionando gelatina ao processo. O método dessa receita é o francês, pois acho bem prático e o resultado final surpreende. Quando tenho tempo faço também a geléia usando a fruta in natura.

O melhor de todos

Cheesecake de Amoras
(rende 10 fatias)

Ingredientes - Quantidades
Leite condensado - 1 un
Cream cheese - 500 g
Nata - 250 g
Gelatina em folhas - 1 pct = 6 folhas
Geléia de amoras - 300 g
Bolacha Maria - ½ pacote
Manteiga - 100g

Preparação:
-Deixe a manteiga fora da geladeira até ficar em temperatura ambiente.
-Quebre as bolachas e coloque-as no liquidificador. Triture até ficar bem moída.
-Numa tigela pequena, misture o farelo das bolachas com a manteiga, até formar uma massa (se ficar muito “seca”, coloque um pouco mais de manteiga)
-Modele a massa na base de uma forma redonda anti aderente.
-Numa tigela coloque o leite condensado e o cream cheese amolecido. Misture até ficar um creme homogêneo.
-Hidratar as folhas de gelatina com água gelada.
-Numa frigideira anti aderente, coloque duas colheres de sopa de nata com as folhas hidratadas. Em fogo brando, dissolva a gelatina.
-Misture o resto da nata com o creme, sem bater.
- Leve a gelatina dissolvida ao creme, mexendo sem parar até que ele volte a ficar homogêneo.
-Distribua o creme do cheessecake na forma e leve ao freezer até que a superfície esteja firme.
-Caso a geléia seja muito grossa, dissolver com um pouco de água numa panela. Deixe esfriar e cubra o cheessecake com a geléia.
-Leve novamente ao freezer e deixe a geléia ficar firme para servir.

Dicas do chef:
-Podemos substituir a geléia de amoras por goiabada, geléia de framboesa ou morango.
-O cheessecake pode ser congelado, sem problemas. Retire do freezer um bom tempo antes de servir.

Living Room Café

sexta-feira, 24 de julho de 2009

Presque

"Quase", não existe na cozinha de Joel Robuchon.
São 24 estrelas do Guia Michelin.


Estava navegando e cheguei nesse texto que reproduzo abaixo escrito pela Sarah Westphal Batista da Silva. Creio que muita gente já deve ter recebido por e-mail. Tem uma história interessante por trás dessa crônica. Durante dois anos ela foi creditada ao nosso querido Luís Fernando Verissimo. Chegou a fazer parte de um uma coletânea lançada na França com o nome traduzido para Presque. Estava ao lado de outros autores de peso como Clarice Lispector, Carlos Drummond de Andrade e Manuel Bandeira. Numa coluna escrita em 2005, Verissimo disse que gostaria de encontrar o verdadeiro autor para agradecer a glória emprestada.

Fiquem com o Quase

Ainda pior que a convicção do não, a incerteza do talvez é a desilusão de um "quase". É o quase que me incomoda, que me entristece, que me mata trazendo tudo que poderia ter sido e não foi. Quem quase ganhou ainda joga, quem quase passou ainda estuda, quem quase morreu está vivo, quem quase amou não amou. Basta pensar nas oportunidades que escaparam pelos dedos, nas chances que se perdem por medo, nas idéias que nunca sairão do papel por essa bendita mania de viver no outono. Pergunto-me, às vezes, o que nos leva a escolher uma vida morna; ou melhor, não me pergunto, contesto. A resposta eu sei de cor, está estampada na distância e frieza dos sorrisos, na frouxidão dos abraços, na indiferença dos "Bom dia", quase que sussurrados. Sobra covardia e falta coragem até pra ser feliz. A paixão queima, o amor enlouquece, o desejo trai. Talvez esses fossem bons motivos para decidir entre a alegria e a dor, sentir o nada, mas não são. Se a virtude estivesse mesmo no meio termo, o mar não teria ondas, os dias seriam nublados e o arco-íris em tons de cinza. O nada não ilumina, não inspira, não aflige nem acalma, apenas amplia o vazio que cada um traz dentro de si. Não é que fé mova montanhas, nem que todas as estrelas estejam ao alcance, para as coisas que não podem ser mudadas resta-nos somente paciência, porém, preferir a derrota prévia à dúvida da vitória é desperdiçar a oportunidade de merecer. Pros erros há perdão; pros fracassos, chance; pros amores impossíveis, tempo. De nada adianta cercar um coração vazio ou economizar alma. Um romance cujo fim é instantâneo ou indolor não é romance. Não deixe que a saudade sufoque, que a rotina acomode, que o medo impeça de tentar. Desconfie do destino e acredite em você. Gaste mais horas realizando que sonhando, fazendo que planejando, vivendo que esperando porque, embora quem quase morre esteja vivo, quem quase vive já morreu.

quinta-feira, 23 de julho de 2009

Nigella

O povo não perdoa

A Nigella se deu mal por sua conduta alimentar e pelos vários quilinhos a mais na balança. Ela sempre foi considerada a musa sensual da cozinha pela mídia e fãs, porém após a última temporada do seu programa Festa de Nigella, que passa no canal GNT, voltou gordinha. A silhueta outrora sexy deu lugar a uma barriguinha saliente. Essa atitude levou alguns a escrever comentários ácidos no site da BBC, de Londres: "Não há o que discutir... Ela está uma porca".

Mas e daí? Sei lá, se ela apostou na sua imagem, certamente perderá audiência. Minha opinião é que suas receitas são legais e práticas, mas altamente calóricas e às vezes meio sem tempero. Isso sim pode ser negativo, ainda mais hoje em dia onde as pessoas estão priorizando uma alimentação saudável e com sabor.

quarta-feira, 22 de julho de 2009

Sem reservas

Tough job...

No Reservation
é o nome do programa do chef Anthony Bourdain no canal Discovery Travel. Ele roda o globo mostrando as diferentes culturas gastronômicas sempre acompanhado de um chef local. O programa é muito bom, as imagens são diferenciadas, afinal de contas, é produzida pela Discovery Channel. Quando esteve gravando o episódio do Brasil, Bourdain meteu o pau na cidade de São Paulo, chamando de feia e outros impropérios. Mas após passar alguns dias comendo e bebendo acabou o programa apaixonado pela gastronomia da maior cidade brasileira.

Uma curiosidade. Fiquei impressionado com a quantidade de sakê ingerido por Tony, como ele prefere ser chamado, durante um episódio no Japão. Ele vai aos lugares dos nativos, aonde o povo come, bebe e se diverte. Isso sim é um programa onde as palavras cultura e gastronomia andam praticamente juntas. Ah, não posso esquecer da boa dose de humor do host. Tony é impagável com tiradas inteligentes e sarcásticas.

Tem um episódio no Chile que é muito legal. Vale a pena conferir, coloquei o link logo abaixo.

http://www.youtube.com/watch?v=eVjNLyVZsXU

terça-feira, 21 de julho de 2009

Escoffianas Brasileiras

Vale quanto pesa

Estou lendo o último livro do Alex Atala, Escoffianas Brasileiras. Parace uma Bíblia. Um livro grande dentro de um case, com um livreto de receitas em anexo. É a obra prima do melhor cozinheiro brasileiro dos últimos tempos. É dele esse título, ninguém tira. O cara é muito técnico e tem a ginga necessária pra ser um grande chef. Estou perto da página 200 e nem cheguei na metade do livro, que vem repleto de receitas também do seu estrelado restaurante D.O.M.

Gosto do jeito direto do Atala escrever. Consegue passar ao leitor com fidelidade o que acontece numa cozinha profissional e como deve proceder um verdadeiro chef de cozinha. Achei engraçado quando fala do início dele como profissional e de suas nadadas, ou seja, quando ele se perdia nas comandas e não sabia o que tinha que fazer. Lembrei das minhas nadadas e de quantas vezes fui socorrido pelo meu amigo e cunhado Guilherme "Chinês" Aguiar. Na época ele era subchef do Chez Philippe e trabalhavámos juntos no fogão.

Quando isso acontece é também um exercício de desprendimento de vaidade, pois você tem que estender a mão pra ser ajudado e sair do buraco, pra então voltar a linha de produção e fazer a sua parte. O China era muito rápido. Nunca vi alguém tão veloz como ele no fogão. Mas tudo com técnica e destreza. Aprendi muito com ele. É sempre bom trabalhar ao lado de pessoas que são excelentes profissionais.

A prática, a técnica, a leitura e a pesquisa são ingredientes para formar um bom chef. Tudo tem que estar em harmonia. O Escoffianas Brasileiras mostra como deve ser o caminho. Aprecie, sem moderação.

segunda-feira, 20 de julho de 2009

Estilo Próprio

E hoje às 22:00hs vai ao ar o programa Estilo Próprio da Fernanda Zaffari no canal 36 da TVCOM com uma matéria especial feita com o chef que vos fala. O assunto é sobre as minhas aulas de gastronomia. A Fernanda "invadiu" o set de uma aula para meus amigos da empresa de turimos S7.

Creio que nesse formato fui um dos pioneiros aqui na cidade. Essa história toda me dá muito prazer. Todo processo é interessante, desde a decisão dos pratos, a escolha dos insumos, a harmonização com os vinhos, as ferramentas e etc. Diria que é uma terapia, tanto para o professor quanto para os alunos. Cada vez me encanto mais com o universo de possibilidades que se abre à minha frente dentro da gastronomia.

sábado, 18 de julho de 2009

Ratatouille

A berinjela é imprescindível para se fazer o ratatouille

Sou grande fã do ratatouille, simplesmente porque ele leva os legumes mais gostosos: abobrinha, berinjela, tomate, pimentão, cebola e alho. Além disso, temos o manjericão fresco e o azeite extra virgem. Ambos peças fundamentais para que a receita seja um sucesso. Obviamente, isso é a minha singela opinião. Digamos que não só minha, mas de muitos povos que habitam o Mediterrâneo.

O nome foi dado pelos franceses
, é difundido por todo país e tem sua origem na região da Provence. É servido como acompanhamento de grelhados. Gosto tanto com carne quanto pescados. Mesmo frio, o ratatouille não perde sua graça. Ainda mais se acompanhado de um pão verdadeiro.

Adoro sua aparência. Quando colocamos o pimentão amarelo é alegria pura. Colorido e saboroso. A textura também é importante. Eu prefiro al dente, com os legumes crocantes, mas eles podem ficar mais tempo na panela. Você decide.

Uma coincidência engraçada. Na primeira aula que ministrei de gastronomia em 2007, ensinei o ratatouille. Dias depois, entrou em cartaz o filme do ratinho que sonhava em ser chef, chamado Remy. Adivinhem o nome do filme...


A receita abaixo eu fiz no verão, com mangas maduras. Pode ser sem o molho. Fica muito bom também. Ah, não leva 1h pra preparar tudo isso.

Salmão com ratatouille ao molho de manga

(para 4 pessoas)

Ingredientes - Quantidades
Filé de salmão sem pele - De 180 a 200 g por pessoa
Abobrinha italiana em cubos médios - 2un
Berinjela em cubos médios - 2un
Pimentão vermelho em cubos médios - 2un
Pimentão amarelo em cubos médios - 2un
Cebola em cubos médios - 1 un
Tomate italiano em cubos médios - 3 un
Alho picado - 2 dentes
Manjericão - 1 molho
Manga - 1 un
Cenoura (para caldo) - 2 peq ou uma grande
Cebola (para caldo) - 1 un
Gengibre (para caldo) - 1 pedacinho
Alecrim / Tomilho - 1 ramo de cada

Preparação:
-Numa frigideira anti aderente, com um fio de azeite de oliva, sele os filés de salmão (temperados com sal) dos dois lados até ele ficar corado, porém ainda cru por dentro. Reserve.
-Numa panela refogue os pimentões, alho e cebola juntos com azeite de oliva, até ficarem bem al dente. Reserve.
-Faça a mesma operação com a abobrinha e a berinjela. Reserve.
-Pré-aqueça o forno a 180º.
-Prepare um caldo com a metade da cebola, cenoura, gengibre e 1 litro de água. Deixe ferver e baixe o fogo até reduzir um terço. Reserve.
-Corte as mangas e a outra metade da cebola em cubos. Aqueça uma panela pequena e refogue a cebola e as mangas. Cubra com o caldo e abaixe o fogo para médio. Acrescente os ramos de ervas frescas e deixe o molho reduzir um pouco até ficar encorpado.
-Retire do fogo e bata no liquidificador para formar um purê. Caso o molho esteja muito grosso, afine com o caldo.
-Coloque os filés no forno até o término da cocção (de 5 a 8 min.)
-Enquanto isso introduza todos os legumes numa panela ou frigideira (com o tomate e manjericão), tempere com sal e pimenta-do-reino moída na hora, e aqueça até ficarem al dente.
-Coloque o ratatouille na base do prato com o salmão por cima e regue com o molho de manga. Use ervas frescas para decoração.

Remy, le petit chef

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Boeuf bourguignon

Macio e suculento

Tava chovendo como hoje e estava bem mais frio. Entrei na cozinha e vi que meu grupo estava com a receita do prato principal. Sempre chegava curioso pra saber em qual praça estaria e o que produziríamos naquele dia. Boeuf bourguignon em negrito me deu apenas uma dica do que viria pela frente: boeuf lembrava bife. Deve ser uma prato de carne, pensei.

Era muito mais do que isso. Resumindo, é uma carne de panela cozida lentamente no vinho tinto, que na receita original leva a casta da região francesa da Borgonha, o pinot noir.

O que mais me encantou naquela tarde chuvosa na escola foi aprender a usar as ervas aromáticas. O bouquet garni simplesmente muda toda uma receita. Quando juntamos o tomilho, a salsa, o louro e o alecrim uma alquimia de sabor toma conta do prato. O resultado é muito gostoso, sem explicação. Só provando pra saber.

Pensando nisso, trouxe uma receita adaptada de boeuf. O clássico é servi-lo com batatas assadas no forno além de pequenas cebolas carameladas. Fiz como acompanhamento, nas fotos clicadas pela Cris Berger, um arroz de funghi, que ficou bem legal. Como o arroz tem cogumelos eu retirei os cogumelos do boeuf.

Bom proveito!

Boeuf bourguignon
(para 8 pessoas)

Ingredientes - Quantidades
Carne de músculo, coxão mole ou alcatra - 1,5 kg
Vinho tinto - 1 un
Cenoura em cubo - 1 un média
Cebola em cubo - 2 un média
Alho picado - 2 dentes
Alho poró - 1 un
Bouquet garni - 1 un
Bacon em cubo - 150 g
Cogumelo fresco - 2 bd
Sal e pimenta-do-reino preta - A gosto
Manteiga clarificada - 25 ml

Preparação:
-Limpe a peça de carne, retirando os nervos e a gordura. Corte em cubos de 50 a 60 g cada.
-Tempere com sal e pimenta-do-reino preta. Coloque a manteiga em uma panela grande e leve ao fogo. Quando ferver, doure a carne.
-Junte a cebola, a cenoura, o alho poró e o alho e refogue até que os legumes estejam murchos.
- Entre com o vinho tinto e o bouquet garni. Cozinhe até que o álcool não esteja mais presente.
-Adicione o caldo de carne ou água até cobrir os cubos.
-Tampe a panela e deixe cozinhar por 2 horas, em fogo baixo, mexendo de vez em quando ou até que a carne esteja macia. Reserve a cenoura assim que ela estiver no ponto.
-Quando a carne estiver cozida, separe os cubos de carne e o bouquet garni. Passe o molho pela peneira. Leve o molho de volta à panela e junte os cubos de carne e as cenouras.
- Doure o bacon na em uma frigideira. Acrescente os cogumelos frescos e refogue por alguns minutos. Junte com o boeuf e sirva com o acompanhamento da sua preferência.

quarta-feira, 15 de julho de 2009

Foie gras

O seu cheiro é distinto. Impossível não saber quando um foie gras está sendo grelhado. Quando ele deita sobre a chapa quente, a cozinha fica com um perfume delicado capaz de abrir o apetite instantaneamente. Isso mesmo, toda vez que fiz um foie gras tive vontade de comê-lo.

Aqui em Porto Alegre existem poucos estabelecimentos que trabalham com tal iguaria. O foie de qualidade é caro e não é fácil de manipular. O cozinheiro tem que ser bom pra largar no ponto certo.

Em São Paulo o chef Erick Jacquin, do La Brasserie, é famoso pelo seu foie gras, que faz com maestria. Coloquei um link aonde aparece ele executando um foie gras quente com manga caramelizada e calda de laranja reduzida.

Clique aqui para assistir o vídeo

terça-feira, 14 de julho de 2009

Hermanos

Pobrecito

Buenos Aires é um destino muito procurado pelos gaúchos, devido a proximidade com o país vizinho. É como ir a São Paulo, só que ao aterrisar estamos falando espanhol e interagindo com uma cultura pra lá de interessante. Só fui conhecer a capital dos porteños ano passado, quando celebrei a chegada deste ano novo ao lado da minha esposa. Fiquei abismado com a quantidade de restaurantes, bares e confeitarias de qualidade. Tudo é bom e bem feito. Difícil comer algo que seja desprezível. A cidade realmente lembra um pedaço da Europa.

Não é a toa que eles vivem se gabando dessa comparação. O gosto e o zelo pelo que se come e se bebe também foi herdado dos europeus. A mesa sempre tem vinho e um bom corte de carne. A parrilla é diferente do nosso churrasco, feito no espeto. Ao furar a carne, tiramos um pouco do seu suco. Quanto menos mexer, melhor. Por isso acho a carne feita na parrilla, à lenha, tem sabor e textura insuperável.

Os hermanos sabem o que é bom, e os preços dos melhores restaurantes de BA são super acessíveis. Fiz um roteiro gastronômico baseado em informações colhidas num site bem bacana, o Guia Óleo. Este guia dá o perfil do restaurante e comentários feito por usuários. É democrático e honesto, pelo que pude ver. Também peguei umas dicas no blog dos Destemperados. Eles estão sempre antenados nos lugares onde a boa mesa e bons vinhos se encontram.
www.guiaoleo.com.ar
www.destemperados.blogspot.com

segunda-feira, 13 de julho de 2009

O básico do Atala

“Caro não é pagar muito por um prato, mas pagar qualquer
dinheiro pelo que não vale.” Alex Atala


Comida caseira mexe muito com nossas lembranças. O emocional tem um papel importante quando escolhemos o que vamos comer. Conforto é o que buscamos quando entramos num restaurante atrás do feijão com arroz. Comida estilo da vovó tem sentimento e alegra a alma. Acontece que o quesito qualidade, pedra fundamental na cozinha das nossas avós, foi substituído pelo quesito preço, na maioria das vezes.

Isso, em minha opinião, tirou o sabor da cozinha caseira. Perdeu sua identidade focando apenas no preço. Mas ai vem um grande chef de cozinha e resgata esses valores e mostra pra todo Brasil como é gostosa a nossa comida. Alex Atala e o francês Alain Poletto inauguraram em janeiro desse ano em São Paulo o Dalva e Dito com insumos 100% nacionais. A proposta é servir receitas familiares brasileiras. Usando técnicas avançadas, como cozimento à vácuo, o chef Poletto comanda com maestria a cozinha milimetricamente projetada.

Aqui no Rio Grande do Sul já tem gente trazendo de volta receitas das nossas raízes, como o arroz de carreteiro, carne de ovelha e o famoso sagu. Moderno é fazer uma releitura dos clássicos, mas com uma apresentação diferente, individual, mostrando que estes pratos também seu charme se forem bem trabalhados.

É claro, nada adianta o prato ser bonito apenas aos olhos, pois o que conta de verdade na hora do sorriso após a primeira garfada, é o sabor e a textura. O sorriso pode trazer lembranças de tempos passados, memórias que marcam a nossa vida e que alimenta o nosso ser.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

O básico por Jamie

Milagre na cozinha

Acabei de postar sobre a importância do básico, do feijão com arroz, bife e fritas, para as pessoas tomarem gosto pela cozinha. Me deparei na livraria com o novo exemplar do Jamie Oliver, Ministry of Food, traduzido como Revolução na Cozinha, onde o tema principal é que qualquer um pode aprender a cozinhar em 24hs. Para isso pegou gente comum para ilustrar sua tese, como uma enfermeira e um pedreiro. Os pratos são fáceis, mas com uma apresentação bacana, saindo do convencional.

Muito interessante para quem busca dar os primeiros passos na cozinha. Tem um site com receitas e outras dicas:
www.jamiesministryoffood.com

quinta-feira, 9 de julho de 2009

Sicília

Convite para Sicília

Preparei um cardápio baseado na culinária italiana para mais um almoço harmonizado na Via Vino. Será neste sábado, dia 11 de julho, ao meio dia e trinta. Desta vez os vinhos escolhidos para a harmonização vêm da região da Sicília.

Trouxe um clássico siciliano para servir de entrada, a caponata, que fará um par perfeito com pão da Barbarella. Os vinhos da Fina Vini serão apresentados pelo Rafael Pinto da Via Vino e o diretor da importadora Mercovino, André Maculan.

O menu completo:

Entrada
Caponata com pão Barbarella
Vinho: Fina Grillo 2007

Prato principal
Filé ao molho de gorgonzola com risoto de tomates frescos e manjericão
Vinho: Fina Bausa Nero d'Avola 2003

Sobremesa
Gelato de mascarpone com frutas vermelhas e calda de chocolate com avelãs.
Vinho: El Aziz Vendemmia Tardiva 2006

Reservas:
Via Vino - rua Dinarte Ribeiro, 131, Moinhos de Vento
Fone: 3312-1001
Valor: 98,00

terça-feira, 7 de julho de 2009

O básico

Vamos fazer um feijão com arroz?

O Bruno reclamou: "as receitas estão muito avançadas, coloca algo mais fácil, do dia a dia". Acho que o meu colega de trabalho tem razão. Ele aparece por aqui de vez em quando, dá uma olhada nas receitas, pois gosta de cozinhar em casa. O pedido dele é ver receitas básicas, mas fácil de fazer. A minha idéia é que elas tenham praticidade e sabor, aliado a um bom custo x benefício. Todas com ingredientes que geralmente temos na despensa e na geladeira em casa.

Aguardem...

segunda-feira, 6 de julho de 2009

Especialidades Italianas

Boa leitura pra iniciar a semana

Próximo sábado tenho marcado um almoço harmonizado com pratos e vinhos italianos na Via Vino. Os vinhos são da Sicília e o desafio era criar um prato principal com carne e um molho robusto, pois o vinho tem personalidade e pode apagar um peixe ou molho leve.

Vou publicar o convite ainda essa semana aqui no blog. Usei para minhas pesquisas o livro Especialidades Italianas, dica do Thiago Baldez, que me emprestou. Eu já encomendei o meu, pois é leitura obrigatória para entender as regiões e seus produtos característicos, como o presunto de Parma.

Aproveitem o preço, pois está uma barganha: cerca de R$ 105,00 nas melhores livrarias online.

sexta-feira, 3 de julho de 2009

Arte Freddo

O caminho do gelato

Se tem uma coisa que não abro mão é de comer sorvete toda semana. Em Porto Alegre temos casas e fabricantes de sorvete de excelente qualidade. O consumidor está cada vez mais exigente. Qualidade dos insumos e tecnologia são fundamentais para a excelência do produto final.

Pensando nesses quesitos, e aliado a uma grande paixão pelos gelati, a Ana Maria Ferreira inaugurou recentemente a Arte Freddo. Tive o prazer de acompanhar o projeto da Ana desde o início. Vi que daria certo, pois sempre que falava com ela ouvia relatos de pesquisas em São Paulo, de conversas com Fabrice Lenud e compra de máquinas italianas.

Não fiquei surpreso quando provei o resultado de tanto esforço e dedicação. O sorvete de mascarpone com frutas vermelhas estava uma delícia. Sabores diferentes e inusitados podem surpreender, entre eles o de tomate seco, tapioca com maracujá e manga com gengibre.

Anotem as direções:
Arte Freddo - Boutique de Sorvetes
Rua Giordano Bruno, 13 , quase esquina Cabral - Rio Branco.
Fone 3028-6013

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Solingen

Arte em cutelaria, faca Boker Superior

A cidade de Solingen fica na Alemanha e é mundialmente famosa por sua cutelaria. Ficou conhecida como "cidade das lâminas", uma vez que diversas forjas de renome estão instaladas a séculos por lá, fabricando facas, espadas, tesouras e navalhas. Tal fama remonta à Idade Média, quando os ferreiros de Solingen cunharam a expressão "cidade das lâminas".

Entre as melhores empresas de cutelaria e forja de Solingen estão: Wüsthof, J. A. Henckels, Boker. Vale a pena olhar os sites e ver os diversos modelos de facas para todo tipo de corte e situação.

Sites:
Boker: www.boker.de
Wüsthof: www.wusthof.com
J. A. Henckels: www.jahenckels.com


Chinese Chef da Wüsthof


Chef's knife especial da Wüsthof

Sankotu da Boker


Chef's knife Twin M66 da J. A. Henckels


Chef's knife Twin Cuisine da J.A. Henckels