domingo, 31 de maio de 2009

Livros

Larousse, fonte de sabedoria

Livros são fontes de conhecimento. Na gastronomia não é diferente. Em qualquer livraria a oferta de títulos sobre o assunto é abundante. O problema é que os bons livros geralmente são caros. Um livro de qualidade custa 150 reais ou mais. É um investimento alto, mas vale a pena. Especialmente para aqueles profissionais que querem evoluir, e para os gourmets que querem aprender e se aprofundar na arte da gastronomia.

Konemann e Larousse são duas das melhores editoras, na minha opinião. É difícil ter algum livro que não seja uma ótima leitura. A internet é também uma boa opção para compra. Os sites das livrarias oferecem valores mais em conta, com entrega rápida e na porta de casa.

Uma das publicações mais importante no universo da cozinha chama-se Larousse Gastronomique de Prosper Montagné . Sua primeira edição data de 1938 e teve prefácio de Georges Auguste Escoffier. Leitura obrigatória essa verdadeira enciclopédia da gastronomia.

Um livro que estou relendo é o Larousse das Sobremesas, de Pierre Hermé. Imperdível para quem quer saber como se faz confeitaria com classe.

Lojas virtuais:
Livraria Cultura: www.livrariacultura.com.br
Americanas: www.americanas.com.br/AcomDept/1472
Fnac: www.fnac.com.br/livro.html

sábado, 30 de maio de 2009

Creme Brûlée


Esse é um dos meus doces favoritos. Adoro creme brûlée francês. Acho uma sobremesa de uma simplicidade, mas ao mesmo tempo sofisticada. Quando o açúcar se carameliza, forma um espelho cor de ambar. Quebrado, deixa a mostra um creme feito de baunilha de verdade com gosto indescritível.

Anotem aí:

Creme Brûlée


Ingredientes - Quantidades
Leite - 500 ml
Creme de leite fresco - 500 ml
Fava de baunilha - 1 un
Gemas - 9 un
Açúcar - 180 g
Açúcar mascavo - 100 g

Preparação:
-Abra e raspe o interior da fava e ponha numa panela com o leite e o creme de leite. Assim que levantar fervura, desligue o fogo e deixe em infusão por 15 minutos. Ao fim desse tempo, passe a mistura numa peneira ou coador.
-Pré-aqueça o forno a 100ºC.
-Numa tigela, misture as gemas e o açúcar com uma colher. Nesta mesma tigela despeje aos poucos o creme de baunilha, mexendo bem.
-Divida em pequenas formas e leve ao forno em banho maria por cerca de 1 hora a 100º. Verifique o cozimento mexendo um pouco as formas: o creme deverá estar com consistência firme no centro.
-Deixe esfriar em temperatura ambiente por 30 min e leve a geladeira por pelo menos 3h.
-Na hora de servir, seque delicadamente a superfície dos cremes com papel toalha e polvilhe o açúcar mascavo.
-Leve ao forno para caramelizar ou faça-o com o maçarico.

quinta-feira, 28 de maio de 2009

Açaí

Açaí da Oficina

"Açaí, guardiã
Zum de besouro um imã
Branca é a tez da manhã"
Djavan

Toda vez que vou comer um açaí na tigela essa é a trilha sonora que passa na minha cabeça. Provei a fruta pela primeira vez com 7, 8 anos de idade. Foi numa viagem com minha família para Belém do Pará. Pertinho do mercado Ver o Peso, vendia-se picolés de frutas, as quais eu nunca tinha ouvido falar. Quando o tio do picolé disse a palvavra "açaí", falei: quero esse aí.

Hummm, e era bom aquele picolé. Não era industrializado, parecia que a fruta tinha sido processada e congelada. Fiquei impressionado com aquele sabor diferente, que me deixou entusiasmado com a descoberta e também com os dentes e a boca roxa.

Aqui em Porto Alegre tem um lugar que vou com frequência comer meu açaí, seja no inverno ou no verão. Fica bem em frente ao Parcão, e afirmo de pé junto, é o melhor da cidade. Não sei se já existe votação na Vejinha pra melhor açaí, mas como o da Oficina do Açaí, não tem igual.

O conteúdo da tigela parece um sorvete, bem firme e cremoso. A granola, servida a parte, da uma crocância gostosa, deixando tudo mais interessante. O sistema é pagar e sentar. Os atenciosos atendentes levam teu pedido a mesa, sem muita demora. Além do açaí, tem pratos executivos ao meio dia, sucos, smoothies e lanches naturais.

Pra quem quer levar uma vida mais saúdavel, aqui vai o endereço:
Rua Comendador Caminha, 310
Bairro Moinhos de Vento
Fone:(51) 3273-1342

P.S. Foto cedida pelo Andrei Santos, da Oficina do Açaí.

quarta-feira, 27 de maio de 2009

Le vin de Bourgogne

Menu especial do chef

Dia 16 de maio aconteceu na Via Vino um almoço de enogastronomia. E não era qualquer vinho que seria degustado: três premier cru da Borgonha. A harmonização seria com outros dois vinhos da vinícola Jaffelin e para a sobremesa um late harvest chileno. A ocasião era mais que especial, além de ser aniversário da Via Vino, era também aniversário de um dos proprietários da casa, o Rafael Castilho Pinto. O representante da Jaffelin, Denis Rimbert, falaria sobre as peculiaridades desses vinhos excepcionais, antes do almoço.

Grand vin de Bourgogne

Por falar em almoço, me senti lisonjeado quando recebi um telefonema do pessoal da Via Vino me convidando para ser o chef encarregado de criar e executar o menu. O Tiago Baldez e a Flavinha Mello completaram o time e foram fundamentais para que tudo saísse perfeito, bem executado e no tempo certo.

Tiago e Flavinha em ação

O cardápio foi o seguinte:

Entrada
-Bruschetta de pão Barbarella com geléia de damasco, queijo brie e nozes.
-Vinho: Macon Peronne Jaffelin 2006 (Borgonha)
Prato principal
-Salmão grelhado com purê de mandioquinha e molho de pimentão vermelho.
Vinho: Bourgogne Pinot Noir Les Chapitres Jaffelin 2007 (Borgonha)
Sobremesa
-Torta de limão com chocolate e coulis de morango.
Vinho: Anakena Single Vineyard Late Harvest 2007 (Chile)

Fixin, premier cru

Bruschetta...

Givry 2006

segunda-feira, 25 de maio de 2009

Sopa tailandesa

Simplesmente picante

O frio está chegando e nada melhor do que uma sopa thai pra esquentar a alma. Essa sopa é um clássico da culinária tailandesa. Lá ela é servida como parte da refeição e não separada como é de costume aqui no Brasil.
Quem quiser deixar mais picante é só trocar as dedo de moça por malagueta.

Tom Kha Gai
(serve 2 pessoas)

Ingredientes - Quantidades


Caldo de frango - 500ml
Leite de coco- 150 ml
Galangal - 2 a 3 fatias finas
Talo de cidró - 2 un
Folhas de limão kaffir - 5un cortadas ao meio
Peito de frango - 150 g
Molho de peixe (nam pla) - 3 colheres de sopa
Suco de limão siciliano - 2 colheres de sopa
Pimenta dedo de moça - 2 un

Preparação:

-Corte o frango em pedaços pequenos na diagonal
-Aqueça o caldo e adicione as folhas de limão, o talo de cidró descascado e batido, o galangal, a pimenta esmagada para soltar sabor, o suco de limão e o molho de peixe.
-Mexa para misturar bem os ingredientes.
-Deixe ferver e adicione o frango e o leite de coco.
-Quando a fervura levantar novamente, abaixe o fogo e deixe cozinhar por cerca de 2 min ou até que o frango esteja macio.
-Prove e ajuste o tempero caso necessário.
-Sirva guarnecido de folhas de coentro e acompanhado de arroz jasmin.

sábado, 23 de maio de 2009

Blog da Cris


A Cris Berger é uma viajante nata. Já rodou pelos quatro cantos do mundo, desbravando terras e vinhedos. Nada mal essa profissão da Cris, né? Na bagagem de volta sempre muitas histórias e fotos, que podem ser lidas e vistas nas revistas Estilo Zaffari, Trip, TPM e etc. Ah, e é claro, o blog da moça tá recheado dessas aventuras.

Recebi um convite da Cris pra participar do blog, pra falar de gastronomia e outras cositas mas.
Quem quiser conferir a atuação do chef, dá uma passada por lá!

www.crisbergerpelomundo.blogspot.com

sexta-feira, 22 de maio de 2009

Prato Perfeito

Verde wasabi

Existe um momento único em que sabemos que provamos algo especial e ficará gravado na memória para sempre. A partir desse episódio aqueles que sentem que tem vocação para ser cozinheiro, seguirão em frente e irão atrás do prato perfeito. Penso que todos profissionais da cozinha tem algum relato sobre esse tópico. A descoberta de algo novo é muito excitante. Isso faz parte do meu dia a dia, e é um dos motivos que me faz amar a profissão. Ser chef de cozinha requer certa inquietude. Essa inquietude move os grandes. Tal sentimento faz com que receitas sejam criadas, técnicas inovadas e clássicos redescobertos.

Lá pelos idos de 1988 estive de férias em Salvador. Minhas aventuras gastronômicas, em sua grande maioria, foram acompanhadas pelo meu pai. Quando tinha alguma comida diferente ou algo novo, a parceria estava formada. E foi na terra de Gil, Caetano e Gal que provei sashimi e wasabi pela primeira vez. É difícil de descrever, mas foi uma descoberta e tanto para um jovem gourmet. A textura do peixe in natura, o picante do wasabi e o sal do shoyu me deixou eufórico. Sabia que tinha provado algo especial. Era uma explosão de aromas e sabores diferentes.

O restaurante japonês ficava num penhasco em frente à praia de Ondina. A noite estava quente, mas a brisa refrescava e emanava um cheiro de mar. A casa pertencia a Jorge Amado, era ampla e muito espaçosa. Nossa mesa tinha vista pro horizonte. Devido ao luar se enxergava com muita clareza a noite abraçando o vai e vem das ondas de Ondina.

A minha busca pelo prato perfeito começou logo após essa janta.

quinta-feira, 21 de maio de 2009

Trancoso

Axé baiano na Dinarte

Abriu o Trancoso, Crepes e Saladas, ali na Dinarte Ribeiro 50. Tive o privilégio de trabalhar com a equipe de cozinha, fazendo uma releitura do cardápio original e criando alguns inéditos, como o crepe que leva o nome da casa. Desejo muito sucesso pros amigos Serginho Mattos e Arx Tourinho. Vida longa ao Trancoso!

Segue a receita pra vocês testarem em casa.

P.S. Foto do crepe Trancoso por André Chassot.

Crepe Trancoso
Cordeiro marinado no vinho tinto com Catupiry e geléia de pimenta
(para 4 pessoas)

Para o recheio:

Ingredientes Quantidades
Pernil de cordeiro 500 g
Vinho tinto (cabernet) 750 ml
Alho poró 1 un
Cebola 1 un
Cenoura 1 un
Salsão 1 talo
Extrato de tomate 2 colheres de sopa
Farinha de trigo 2 colheres de sopa
Bouquet garni 1 un
Sal e pimenta-do-reino A gosto
Óleo de canola O quanto baste
Queijo Catupiry 160 g
Geléia de pimenta 4 colheres de sopa

Preparação:
-Deixe o pernil marinando na véspera com o vinho tinto, o mirepoix, o bouquet garni e alguns grãos de pimenta.
-No dia seguinte, corte o pernil em cubos grandes, peneire o vinho e reserve-o.
-Aqueça bem uma panela larga.
-Entre com o óleo de canola.
-Tempere os cubos de cordeiro com sal e pimenta.
-Selar todos os lados e reservar.
-Caso tenha pouco óleo, coloque um pouco mais e refogue o mirepoix, até ficar bem dourado. Ponha o extrato de tomate e doure um pouquinho.
-Insira os cubos de cordeiro, logo após o vinho tinto e o bouquet garni.
-Os cubos devem ficar imersos no líquido da marinada. Caso não seja suficiente, complete com água.
-Abaixe o fogo e cozinhe até que o cordeiro fique macio e fácil de desfiar.
-Deixe esfriar um pouco e desfie todos os cubos.

Para a massa:
(Rende cerca de 12 crepes.)

Ingredientes Quantidades
Leite 300 ml
Ovos batidos 2 un
Farinha de trigo 125g
Sal ½ colher de chá

Preparação:
-Peneire a farinha e o sal numa tigela.
-Faça uma cova no centro e junte os ovos.
-Bata aos poucos a farinha das laterais e despeje vagarosamente o leite até formar uma massa fina.
-Caso fique grumos, passe pela peneira.
-Cubra e deixe descansar por 30 minutos.
-Bata bem antes de usar.
-Para fazer os crepe, utilize uma frigideira antiaderente com 22cm de diâmetro.
-Unte a frigideira com manteiga e aqueça em fogo moderado.
-Com o auxílio de uma concha ponha a massa na frigideira começando pelo centro.
-Incline a frigideira para espalhar a massa até as bordas
-Frite por cerca de 1 min até dourar embaixo. Solte e vire com uma espátula.
-Faça o mesmo procedimento do outro lado, por cerca de 30 seg.
-Retire a crepe com o lado mais dourado virado para baixo.
-Repita a operação com o resto da massa e reserve-as.

Montagem:

-Espalhe a geléia de pimenta no crepe.
-Coloque de 80 a 100 g de cordeiro no centro.
-Cubra o cordeiro com o Catupiry.
-Feche o crepe e leve ao forno pré-aquecido em 180º. Para o crepe ficar bem crocante e o recheio bem quente, deixe no forno de 4 a 5minutos.
-Sirva com um bom vinho tinto!

Dicionário
-Mirepoix : cubos de cenoura, cebola e salsão. O alho poró também é muito utilizado.
-Bouquet garni: tomilho, louro, salsa e alecrim. Embrulhado numa folha de alho-poró.
-Selar: significa dourar a superfície da carne rapidamente em uma panela bem aquecida Essa técnica evita a perda dos sucos naturais da carne reduzindo o ressecamento.

quarta-feira, 20 de maio de 2009

Mortadela

Alguém lembra do Mortadelo?

A mortadela é antiga, tem mais de 2 mil anos e nasceu no Império Romano. Além disso, tem como madrinha um ícone do cinema italiano, Sofia Loren. Dou muita risada quando ouço a palavra "mortandela". Por que será que o embutido mais apreciado pelos italianos é falado assim em diversos lugares do Brasil?

Não sei, e acho que isso não é relevante. O que acho graça mesmo é ir as compras e ver que entre todos os frios (assim que chamamos embutidos aqui em Poa), o mais barato é, disparado, o mais saboroso.

Compare o preço de uma mortadela defumada com chesters, salames, presuntos e etc. É menor, com certeza. Mas quando falamos de sabor, a diferença é muito maior. Nada se compara ao aroma e sabor de uma mortadela defumada. Meu preferido é fazer uma torrada com queijo e várias camadas de Bolonha. Como isso quase todos os dias quando chego do trabalho...

É bom saber que certos prazeres gastronômicos nem sempre são caros. Também é bom lembrar que diversos ingredientes tidos como "de segunda", se forem manipulados corretamente, tornam-se pratos de "primeira". Isso, é claro, dependerá da habilidade do cozinheiro em utilizar as técnicas corretas para cada situação.

domingo, 17 de maio de 2009

Moquequinha de siri

Moqueca multi color

Essa moquequinha sempre dá certo como opção de entrada. A pimenta não é opcional, pois sem ela a receita perde em sabor e personalidade.

Moquequinha de siri com pão Barbarella
(Para 4 pessoas)

Ingredientes - Quantidades
Carne de siri - 320 g
Baguete Barbarella - 2 un
Pimentão amarelo - 1/2 un
Pimentão vermelho - 1/2 un
Pimenta dedo de moça - 1 un
Cogumelo shiitake - 200 g
Cebola - 1/2 un
Alho - 2 dentes pequenos
Gengibre - 1 colher de sopa
Azeite de dendê - 2 colheres de sopa
Azeite de oliva - 4 colheres de sopa
Leite de coco - 1 garrafa pequena
Salsa crespa - 1/2 molho
Sal - a gosto

Preparação:

-Revisar se o siri está limpo e não contem nenhuma casquinha.
-Cortar os pimentões e as cebolas em cubos pequenos; o alho e o gengibre finamente picados.
-Laminar os cogumelos e a pimenta.
-Picar a salsa crespa e secar com papel toalha.
-Aqueça uma panela média ou frigideira grande e coloque os dois azeites.
-Enquanto isso ligue o forno e deixe a 180º C.
-Dourar a cebola, os pimentões, o alho e o gengibre. Na sequência os cogumelos.
-Introduza o siri e a pimenta e deixe refogar por 3 minutos, pois a cocção é rápida.
-Regue com o leite de coco, tempere com sal.
-Prove para ajustar o tempero e salpique a salsinha por cima.
-Coloque as baguetes Barbarella no forno por alguns minutos, corte em fatias grossas.
-Sirva a moquequinha em coquilles, panelinhas ou ramequins, acompanhado das fatias de pão com um fio de azeite de oliva.

quinta-feira, 14 de maio de 2009

Especialidades Francesas

Le coq au vin

Esse é o livro para quem se interessa pela cultura e culinária francesa. Especialidades Francesas da editora Konemann, vai muito além da gastronomia e disseca cada região da França, sem deixar escapar nada. Cada região é retratada com suas especialidades, a maioria famosas mundo afora. Como a região da Borgonha, tão conhecida pelos seus vinhos, quanto as mostardas da linda cidade de Dijon.

Leitura obrigatória para quem um dia quer viajar pela terra de Bocuse, Troigos e etc. Ah, tem várias receitas, a grande maioria requer habilidade de quem quer se deliciar com clássicos como Lapin à la moutarde.

quarta-feira, 13 de maio de 2009

Farofa do chef

Farinha na feira

Tem um acompanhamento que faço em quase todos churrascos que asso. É uma farofa bem diferente, mas simples ao mesmo tempo. Ela tem uma história interessante. Passei minha infância em Salvador e tinha um restaurante que meus pais iam com uma certa frequência que se chamava Baby Beef. As carnes eram servidas numa chapa quentíssima e lá o garçom cortava e servia a todos.

Mas para mim, o ponto alto era quando o maitre fazia a farofa no rechaud, na frente da mesa. Era um espetáculo ver alguém cozinhar ao seu lado e de lá sair algo muito saboroso e especial. Era apenas uma farofa, mas para mim o momento mais esperado da noite.

Sabia de cor todos os ingredientes e a ordem em que ele colocava na frigideira. Isso ficou na minha lembrança pra sempre. Cerca de vinte anos se passaram e quando comecei a cozinhar fiz a farofa pra ver se ficava como a do Baby Beef. Os aromas eram identicos e a textura ficou muito parecida. Não tinha como dar errado. Provei. Deu certo. Passei a chamá-la de farofa do chef, pois aquele maitre, no fundo, era um chef.

Lá vai a receita.

Farofa do chef
(para 6 pessoas)

Ingredientes - Quantidades
Farinha de mandioca - 500g
Ovos caipira - 6 un
Cebola em fatias ou rodelas - 3 un
Manteiga - 150 g
Sal - a gosto

Preparação:

-Corte as cebolas em rodelas finas.
-Derreta a manteiga numa frigideira grande em fogo médio e refogue as cebolas.
-Quando as cebolas corarem um pouco, coloque os ovos, um a um, sem quebrar a gema. Salpique com sal.
-Quando os ovos estiverem quase no ponto de bem passado, misture bem e coloque a farinha de mandioca.
-Deixe no fogo por mais uns 3 minutos ou até a farinha tostar um pouco, mexendo para não queimar o fundo da frigideira.
-Corrija o sal e sirva quente.

segunda-feira, 11 de maio de 2009

Saucier

Le saucier

Sempre fui ligado nos molhos, sejam eles quentes ou frios, para entradas, prato principal ou sobremesa. O molho, muitas vezes, é o grande diferencial do prato. Dá corpo e alma para as receitas. Talvez por essa importância o posto de saucier seja um dos mais desejados dentro de uma brigada de cozinha.

Na verdade o saucier é sempre o cozinheiro mais experiente dentro de uma brigada. Produzir os molhos base e seus derivados é tarefa que requer muita habilidade. Tive sorte de contar com bons mestres nesta arte que não é tão difundida e devidamente reconhecida pelo público em geral.

Observo que qualquer molho de queijo já satisfaz a maioria dos comensais por esses pagos. Molho esse feito com queijo de qualidade duvidosa e usando como elemento de ligação o famoso amido de milho... Não é fácil mudar essa realidade, mas vejo grandes avanços nesse sentido por aqui. Nós gaúchos estamos apenas engatinhando no quesito "cultura gastronômica".

Cultura gastronômica só se alcança com o tempo. Vejam bem, não quero cometer injustiças com meu comentário, mas até alguns anos atrás, sair para jantar fora em Porto Alegre, era ir numa churrascaria ou numa casa de massas e galetos. Não tenho nada contra esses dois tipos de estabelecimentos, os quais adoro e sempre vou quando tenho tempo.

Acontece que cultura gastronômica é muito mais profundo do que isso. Como não temos parâmetros, qualquer coisa, ou qualquer comida serve. Apenas quando viajamos para outros lugares e provamos "molho de verdade" é que poderemos comparar e ver se estamos comendo bem.

Aqui já se encontra alguns poucos lugares aonde a arte do saucier é bem executada. Fica a cargo de vocês, leitores, descobrir tais restaurantes. Boa sorte!

sábado, 9 de maio de 2009

Lemon Grass

The lemon grass

Antes de me especializar em culinária tailandesa, sempre fiquei curioso pra saber o que era o tal do lemon grass. Em várias receitas que eu via em livros de cozinha asiática tinha esse ingrediente curioso. Via as fotos e não conseguia identificar a sua origem.

Quando fui apresentado a quase toda gama de ervas, temperos e ingredientes que compõem o universo thai, vi que ali estava o lemon grass. A primeira coisa que fiz foi cheirá-lo. Pronto, acabou o mistério.

Aqui no Rio Grande do Sul é muito comum usar as folhas do lemon grass dentro da água do chimarrão. No Brasil essa planta tem diversos nomes, aqui nos pampas chamados de cidró, lá em Sampa é capim santo, capim limão e por aí vai.

Na culinária tailandesa descartamos as folhas, ficando apenas o seu talo. E do talo, após descascado, usamos a parte macia e branca. O talo de cidró tem um sabor cítrico muito suave e de sabor delicado. É bastante utilizado nas sopas e nos curries, como o curry amarelo, verde e panang.

Agora já sabem, usem as folhas pro mate, mas guardem o talo pra cozinhar.

quarta-feira, 6 de maio de 2009

Mora

O parque de diversões tem nome

A Disneylândia dos amantes da gastronomia e dos profissionais de respeito chama-se Mora. Obviamente fica em Paris. Ainda bem que existe a internet e os catálogos online. A tecnologia mata um pouco a vontade de ver tantos produtos de primeira num lugar só. Creio que nunca vi uma loja virtual com tamanha variedade de produtos, como o lyre. Até então não sabia o que era um lyre.

Mas o que é um lyre? Olhei a foto e não consegui visualizar a serventia do utensílio com nome de instrumento musical. Recorri ao google e vi que o lyre é para cortar "sticky itens". Leia-se queijos como brie e camembert e o muito pegajoso foie gras.

O endereço da Disney em Paris fica na 13 rue Montmartre, e na internet:
www.mora.fr

Lyre à foie gras

terça-feira, 5 de maio de 2009

Fondue de Nutella


Nunca me esqueço da primeira vez que experimentei o creme de avelãs, cacau e leite chamado Nutella. Que descoberta! Estava na casa do meu amigo João e acabamos com o pote inteiro em poucos minutos. Não tinha noção que esse creme tão gostoso existe desde 1946. Fui descobri-lo em 2001. Antes tarde do que nunca, né?

Para os apressados de plantão aqui vai uma receita de sobremesa divina com Nutella. Rápida, prática e saborosa.

Fondue de Nutella
(para 4 pessoas)

Ingredientes - Quantidades
Nutella - 2 potes peq ou 1 grande
Creme de leite - 300 g
Morangos - 3 bandejas

Preparação:
-Bote a Nutella no forno de microondas por 30 seg.
-Despeje numa panela de fondue e misture com o creme de leite, aos poucos.
-A consistência não pode ser muito liquida nem muito grossa.
-Sirva com os morangos ou com outras frutas da estação.

domingo, 3 de maio de 2009

Pensamentos gastronômicos

"Comida dietética é como uma ópera sem orquestra". Paul Bocuse

Alguém por acaso quer argumentar sobre o que essa turma falou sobre o tema comida?

"Bem comido, a minha alma de nada quer saber. E nem os maiores desgostos a conseguem comover".
Jean Molière

"A gula começa quando deixamos de ter fome".
Alphonse Daudet

"Os animais pastam, os homens comem, mas apenas o homem de espírito sabe comer".
Anthelme Brillat-Savarin

"Não existe amor mais sincero do que aquele pela comida".
Bernard Shaw

"Todos os homens se nutrem, mas poucos sabem distinguir os sabores".
Confúcio

"Gastronomia é comer olhando pro céu".
Millôr Fernandes

"O gourmet é um comilão erudito".
Millôr Fernandes

"Os maus vivem para comer e beber. Enquanto isso, os bons comem e bebem para viver".
Sócrates

"Uma feijoada só é realmente completa quando tem uma ambulância de plantão".
Stanislaw Ponte Preta

"Leis são como salsichas. É melhor não ver como elas são feitas".
Otto von Bismarck

"A chamada nouvelle cuisine, em geral, quer dizer pouco no prato e muito na conta".
Paul Bocuse

"Temperos conferem malícia aos pratos. Aromas reavivam lembranças. Distinguir uns dos outros é exercício ao qual o cozinheiro deve dedicar-se para dominar sua arte".
Hervé This

"Quanto à manteiga ou margarina, confio mais nas vacas do que nos químicos".
Joan Gussow

sexta-feira, 1 de maio de 2009

Doce de leite

Pinito todo arrumado pra foto

A proximidade com o Uruguai fez com que os gaúchos descobrissem o real sabor do doce de leite. Essa maravilha é levada muito a sério no país vizinho e são diversos os doces feitos com tal iguaria. Lembro de ir desde pequeno para Riveira e Punta del Este com a família. Na volta sempre trazia um balde do doce cor de caramelo e sabor indescritível.

Aqui em Porto Alegre tem uma confeitaria que abriu as portas em 2.006, e faz sucesso com seus doces "made in Punta del Este". A Medialunas Calentitas fica na esquina da Marquês do Pombal com a Félix da Cunha. Lá é o verdadeiro paraíso para os amantes dos doces feito com o dulce de leche.

Hoje fui matar um pouco a minha vontade. Meu preferido é o pinito, que deve levar quase meio pote de dulce com cobertura de chocolate e nozes. Na base tem uma bolacha, que deve ser a mesma dos alfajores. Outra boa opção é o rocambole. Vejam as fotos e me digam se não dá vontade de comer um agora! O pecado da gula fica mais gostoso quando é feito de doce de leite...

Reparem a quantidade de dulce de leche!

Espiral hipnotizante