Já fui aconselhado mais de uma vez para não abrir um restaurante. Depois que sai do Koh Pee Pee, a pergunta que mais ouvi foi: "quando tu vais abrir o teu?". As pessoas seguem pensando que só porque o chef é bom o lugar será um sucesso e dará lucro. Se estivessemos na Europa ou em qualquer país de primeiro mundo, a história seria diferente.
Começamos pela parte que mais pega para o empresário, impostos. É abusivo o que se paga de impostos nesse país. Isso sem falar na questão trabalhista, outro pesadelo. Um colaborador custa o dobro do que está na carteira de trabalho. Se eu fosse enumerar todos os pontos negativos, a lista seria grande.
Por outro lado, quando a cozinha funciona bem e a gestão é eficiente no adminstrativo e financeiro, o resultado final é sucesso e dinheiro no bolso. Há diversas casas em Porto Alegre e no Brasil faturando alto e servindo comida de qualidade. Restaurante tem que ser encarado como qualquer outro negócio. Por isso, aventureiros e apaixonados em demasia, não conseguem dar continuidade ao sonho de ter seu pequeno bistrot, como ouço muito por aí.
Pequeno bistrot dá certo em Paris. Acabo de ver um programa na Globo News, o Mundo S/A, que falava sobre os negócios da família Troisgos. Pierre, o patriarca que conseguiu e manteve durante anos as três cobiçadas estrelas do guia Michelin, está aposentado e passou o bastão ao filho Michel. Michel tem três restaurantes, cada um numa faixa de preço. No estrelado que comprou do pai, a refeição sai por 55o reais por pessoa. É neste que ele fatura 17 milhões de reais ao ano.
O filho "brasileiro" de Pierre, Claude Troisgos, é um ícone na nossa gastronomia. Ele, ao lado de Laurent Sandeau, trouxe a filosofia francesa de valorizar o que é da terra. Atualmente o chef tem três restaurantes no Rio de Janeiro, assim como o de Michel, cada um numa faixa diferente de preço. Adivinhem qual deles fatura mais. Quem disse o mais barato, acertou. Na brasserie ele serve cerca de 8.000 pesssoas por mês e no Olympe, de alta gastronomia, apenas 1.200.
O grande problema é que após ver toda a saga da família Troisgos, dá uma vontade danada de colocar um restaurante.
comi um sanduba q tu criou na barbarella. excelente. se abrires um restaurante, serei tua cliente certo.
ResponderExcluirOi Ana, na verdade eu criei uma salada, que é servida com pão orgânico. Espero que tenhas provado!
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