quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Gallo pinto
O surf faz parte da minha vida desde meus oito anos de idade. Mais do que um esporte, um estilo de vida. Todo surfista está sempre um busca da onda perfeita, uma eterna viagem atrás do prazer de deslizar sobre as ondas.
Foi viajando que comecei a descobrir novos sabores e texturas. Conhecer a cultura de um povo através da gastronomia é como entrar nas suas entranhas. Você passa a entender muito mais sobre o país, como as pessoas se comportam, suas crenças e suas tradições. Alguns países que conheci, a refeição mais importante do dia nem sempre era o almoço, como aqui no Brasil.
Quando fui a Costa Rica fiz amizade com dois americanos que tinham casa em Puerto Viejo, um vilarejo cercado de excelentes ondas, em pleno mar do Caribe. O Garret e o Andy surfavam muito, e sabiam de uma onda que costeava uma pequena ilhota. Segundo eles, estaria quebrando sozinha e perfeita. Era só pegar uma barquinho e em vinte minutos estaríamos no pico.
O mar estava bravo, as ondas tinham força e tamanho. Chegamos numa cidade de meter medo, chamada Limón. Cidade portuária, em plena Costa Rica, é um lugar nada turístico, e bom de ser evitado. Os gringos conheciam o local e me levaram às sete da manhã para comer um gallo pinto, num buteco que eu não entraria sozinho, de jeito nenhum.
Gallo pinto? Não perguntei o que era, e fui na pedida dos amigos, pensando em se tratar de algo saudável antes de encarar ondas de quase dois metros. Chega o gallo pinto. Feijão, arroz, ovo e uma carne, que não quis saber da sua procedência. Tudo misturado e sem o caldinho do feijão. Na Costa Rica o café da manhã é a refeição mais importante do dia. Então tá, paguei meu gallo e rezei para não ter uma congestão.
Pasa nada..., e a comida me deu forças para surfar ondas de sonho. Água quente, cristalina, ondas perfeitas quebrando em frente de uma bancada de coral, e apenas nós três surfando.
Costa Rica é realmente Pura Vida.
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