terça-feira, 4 de janeiro de 2011

Consciência

"O problema é que solto muito pum e ocupo muito espaço..."

Está mais que na hora de mudarmos nossa relação com a comida e começar a enxergar as coisas como ela são. Essa matéria que comentei no último post provoca em quem lê uma indignação e nos faz (re)pensar o que estamos fazendo a respeito do assunto. Para quem não teve a oportunidade de comprar a revista e ler a matéria na íntegra, deixo apenas um aperitivo.

- 1/3 das emissões de gases estufas vem da agropecuária

-cada 100 kg de fertilizante químico emite 540 kg de CO2 para ser fabricado

-plantações e criações liberam mais CO2 que carros, navios, trens e aviões juntos

-hoje a área desmatada na Amazônia para criar gado equivale à de 100 cidades de SP

-2/3 dos antibióticos fabricados nos EUA vão para a alimentação do gado. Isso cria superbactérias

-vegetais modernos: menos nutrientes, mais pesticidas

-80% do pimentão vendido no Brasil tem mais agrotóxico que o permitido

-depois vem a uva 56,4%, pepino 54,8%, morango 50,8%

-as frutas anabolizadas por fertilizantes têm menos nutrientes como ferro, vitamina C, cálcio e zinco que as orgânicas

-cuidado: até os peixes mais saudáveis podem estar contaminados

2 comentários:

  1. A pecuária na escala em que é produzida causa enorme impacto. Uma opção é a carne orgânica que é de gado solto com ração orgânica. Temos um vizinho que produz galinha caipira e ovelha orgânicos. Aqui em casa temos a vaca leiteira que come basicamente pasto e apenas 1kg de ração por dia, de grãos somente orgânicos. Ela nos dá de 10 a 12 litros de leite por dia. Em comparação com vacas confinadas que dão em torno de 30 litros é pouco, mas para nós é está super ok! Ela faz um ciclo com a horta, pois ela fornece adubo da melhor qualidade! Bosta de vaca e cocô de minhoca (leia-se humus) fazem a horta orgânica ir de vento em popa. Bom seríamos se tivéssemos porco para se alimentar do soro que sobra do queijo que produzimos, mas não temos pernas, nem mãos para isso. Temos um terneiro que está com pouco mais de um ano e ele comeu durante toda a vida dele somente pasto (nada de ração), ele ajuda a manter o campo com o pasto baixo e não precisamos usar diesel para roçar a área. Carnearemos ele em breve, o que nos dará carne para um bom tempo (congelaremos). Com tudo isso, o que quero dizer é que o ponto não é o alimento, mas sim, em qual processo produtivo ele está inserido (e nisso incluo logistíca, resíduos diretos, secundários, pessoal que trabalha...). Entre uma galinha caipira e um tomate longa vida que atravessou o país para chegar no supermercado, fico com a primeira opção. Quanto mais elimino a cadeia e me aproprio do alimento direto do meu pátio, mais as coisas vão ficando claras e as escolhas mais cuidadosas. E quando falo em escolhas cuidadosas, destaco a necessidade de estar disposto a pagar mais pelos alimentos, pois os produtos vindos de processo orgânico não têm como competir em valor com produtos convencionais que estão cheios de externalidades... Parabéns por levantar este tema no blog, ele realmente se faz necessário!

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  2. Oi Priya, muito bacana e bonito mesmo o que vcs estão fazendo aí, mostra que não é utopia, pode ser feito. Como educador, penso que devemos plantar uma nova consciência nas crianças, que o orgânico é o comum, o saboroso, o nutritivo, o legal. Só assim os valores mudam.

    Um grande abraço

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