terça-feira, 29 de março de 2011

Peixe em Portugal


Meu compadre Genaro Galli tem família em Portugal. Volta e meia ele dá uma passada na terra de Fernando Pessoa. Em sua última estadia ficou sabendo de um fato curioso relacionado à gastronomia. É que lá, na segunda-feira não se vende pratos com peixe, pois só chega pescado fresco na terça. O restaurante que vende peixe na segunda, não é tido como sério entre nossos patrícios.

Essa mentalidade européia parece que foi perdida aqui no Brasil. Consumir produtos frescos, respeitando as estações do ano é algo normal na Europa, mas não por aqui. Essa cultura precisa ser espalhada por todo país, em todas regiões. Valorizar o que está ao nosso redor, estimular o pequeno produtor, esse é o caminho para a transformação.

Sei das dificuldades de conseguir peixe fresco aqui em Porto Alegre. Estamos longe do mar, nossa vocação é para o campo. Aí vem o paradoxo. Precisamos comer peixe para ter uma alimentação equilibrada, certo? Mas quase 90% dos peixes são congelados. Não vou responder na parte nutricional, pois não tenho essa informação.

O que sei, e também os portugueses, é que o peixe fresco é incomparável em sabor.

2 comentários:

  1. Bacana! É isso aí! Cada região com o que ela me dá.
    Como os esquimós comeriam verduras tropicais? complicado...
    Como julgar o fato deles comerem carne de baleia? Impossível...

    O Valdely Kinupp, que estudou profundamente as PANCs da região metropolitana de POA, disse uma frase muito boa: "Somos xenófilos, o brasileiro não come a biodiversidade que tem". Também escrevi sobre isso: http://aformadeforma.blogspot.com/2011/03/pancs-depois-de-conhece-las-como-nao.html
    Temos o nativo, mas temos o que ganhamos de presente das culturas que nos colonizaram, fico com as duas. Agora, comer peixe Viatnamita em Florianópolis parece piada... mas não é. O tal panga anda fazendo sucesso. Parece que esqueceram que Floripa é uma ilha. Porto Alegre não tem mar, mas será que realmente precisamos de peixe na alimentação?
    A impressão que eu tenho é que as perguntas não são feitas. Perguntas não para encontrar uma resposta certa, mas para ampliar as perspectivas.
    Abraço e ainda deixo a cutuque: de linkar o tema consumo ético e local (consumidor co-produtor) com o Slow Food!
    Grande abraço

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  2. Legal Priya! Já comi o panga e é uma delícia. Um amigo que trabalha com pesca trouxe de Rio Grande, ainda fresco.

    Eu tenho duas visões sobre o assunto, o empresarial e o do coração. Penso que por trás de slow food, whole food e etc. tem um ceo ecofriendly dirigindo um business. O que, por outro lado, fere o meu lado coração, que acredita ainda na pureza de se alimentar com o que a natureza oferece...

    Entenderás melhor o que quero dizer quando eu escrever e responder o teu cutuque!

    Abração

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